quarta-feira, 22 de agosto de 2012

8º Ano: A fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil



Abaixo, uma resenha publicada em http://maniadehistoria.wordpress.com/a-fuga-da-familia-real-portuguesa/ do livro 1808 de Laurentino Gomes:

 Os ingleses dão risada: na charge, "Boney", como apelidam Napoleão, puxa a peruca de Junot por não ter conseguido impedir a fuga da família real e chama o general de "seu grandessíssimo patife". (http://brasilribaltareal.blogspot.com.br/)

“Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”
1808 – Laurentino Gomes (A Fuga da Família Real para o Brasil)
Depois de uma exaustiva pesquisa em fontes as mais diversas durante mais de 10 anos, Laurentino Gomes nos brinda com esta narração definitiva sobre a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil, sob a escolta da Marinha Britânica.
Antecedentes
Portugal – uma das nações mais atrasadas da Europa em inícios do século XIX – encontrava-se freqüentemente diante da possibilidade concreta, estimulada e aconselhada por muitos a ter a sede de seu governo transferida para o Brasil, colônia da qual se tornara totalmente dependente. A cada crise no Continente Europeu a idéia se renova, mas somente a partir dos ecos da Revolução Francesa, mais particularmente em seu período Napoleônico, a idéia ganhou força e premência. Com maior vigor a partir de 1801 a idéia freqüentemente era cogitada. No entanto o Príncipe Regente D. João era fraco demais – inclusive fisicamente – medroso demais e indeciso demais para adotar medida de tão graves monta e repercussão.

Os monarcas “perdem a cabeça”
O Rei Jorge III, da Inglaterra, tinha ataques constantes de demência, amplamente relatados: trazia ao colo uma almofada que informava ser uma criança; criou uma “Nova Teoria da Santíssima Trindade” incluindo a si mesmo e a um criado, além de Deus; passava por vezes 3 dias sem dormir, tempo durante o qual passava a maior parte do tempo falando sem parar – e poucos compreendiam bem o que exatamente estava ele a dizer.
Em Portugal, D. Maria I, a Rainha Mãe, informava ver o fantasma de seu pai com freqüência, ensangüentado e clamando vingança; seus gritos – talvez a palavra “urros” expresse melhor o volume em que se expressava durante os ataques de demência – eram tão lancinantes que ela foi recolhida a um convento, declarada demente e seu segundo filho, despreparado para assumir o trono, D. João, foi nomeado Príncipe Regente.
Na França e em outros pontos da Europa reis e rainhas eram decapitados. Como bem o enfatiza Laurentino Gomes, “era um tempo em que os monarcas, literal e metaforicamente, perdiam a cabeça”


Decisão às pressas
Somente quando pressionado pelo avanço das tropas napoleônicas do General Junot, em fins de 1807 e pressionado pela Inglaterra, a decisão foi tomada de maneira tão apressada e atabalhoada que muitos bens dos fugitivos para o Brasil ficaram empilhados no cais: bagagem, livros da Real Biblioteca, prataria saqueada de igrejas, etc. Além disso, as embarcações vieram todas apinhadas de gente, sem os cuidados técnicos necessários a uma tão longa travessia (levaria cerca de 3 meses para atravessar o Atlântico nas rústicas naus da época): pelo menos dois navios sequer conseguiram zarpar e o suprimento dos que zarparam no dia 29 de novembro de 1807 mal eram suficientes para 2 ou 3 semanas. Foi sem dúvida uma fuga apressada e decidida às pressas e, sem a escolta britânica a prover quase tudo o que faltava, a viagem estaria fadada a uma tragédia.
Napoleão Bonaparte – imbatível durante 2 décadas – Gênio Militar e uma Força da Natureza


Travessia conturbada e escala em Salvador
Enfrentando as saunas em que os navios selados da época se transformavam nos Trópicos, com água e refeições racionadas, condições sanitárias precaríssimas, a Corte e seus inúmeros lacaios e bajuladores – de ministros a clérigos e oportunistas com suas numerosas famílias – penou 3 meses de céu e mar. O escorbuto (falta de vitamina C) e outras moléstias ceifaram vidas, uma infestação de piolhos obrigou a todos a raspar a cabeça, uma tormenta provocou um desvio de rota que a muito custo foi retificada – sempre com o apoio logístico da Marinha Britânica – e finalmente, a 22 de janeiro de 1808 os navios aportaram em Salvador.
Um fato curioso é que a princesa Carlota Joaquina, suas filhas e damas da corte desembarcaram com uns turbantes rústicos enrolados na cabeça para disfarçar a calva a que foram reduzidas pela infestação de piolhos. As damas da sociedade soteropolitana consideraram ser aquela uma moda européia e aderiram com tal entusiasmo que até hoje as Baianas usam a indumentária…
A escala em Salvador proporcionou momentos de repouso após viagem tão longa e penosa e, aconselhado pelos seus ministros, D. João decidiu receber autoridades do Norte-Nordeste Brasileiro para as esquisitas cerimônias de “beijão-mão”: filas de fidalgos esperando a vez para oscular as extremidades dos braços do Príncipe Regente – uma constante na vida de D. João, que exigia estas demonstrações de fidelidade e submissão com regularidade enquanto governou. Era preciso fortalecer os vínculos entre as províncias do Brasil colônia que, aos poucos, viria a se transformar numa nação, sede do governo português no exílio.
Um príncipe indeciso, medroso, fraco que, no entanto, enganou Napoleão…
A chegada ao Rio de Janeiro
No dia 7 de março de 1808 a esquadra de D. João chega à Baía de Guanabara, mas o desembarque ocorre somente no dia seguinte. Os puxa-sacos que sempre cercam esse tipo de acontecimento no Brasil prepararam uma recepção retumbante, com muitos tiros de canhão, fogos de artifício e festas populares para saudar “a chegada do primeiro monarca Europeu a terras americanas”.
Portugal foi saqueada pelos fugitivos de Napoleão antes de embarcar para o Brasil, mas mesmo assim os recursos eram insuficientes para sustentar uma das maiores cortes que qualquer monarca da época ousava manter em torno de si. Todos dependentes dos cofres governamentais e sequiosos de um enriquecimento rápido por aqui para uma volta a Portugal à primeira oportunidade.


Casas foram requisitadas pela coroa portuguesa que nelas colava cartazes com as iniciais P.R. (casa requisitada pelo Príncipe Regente) que a irreverência carioca rapidamente entendeu como “Ponha-se na Rua!” Os impostos foram aumentados a níveis até então inusitados; nada comparável aos 40% que os brasileiros pagam hoje para os mensaleiros e sanguessugas e portadores de cartões corporativos de Lula da Silva, mas uma taxação severa para a época e, tal qual hoje, todos desconfiavam que os impostos não seriam empregados para o bem público e sim para o benefício privado dos dependentes do governo.
Um príncipe frouxo e uma princesa irascível: uma união com tudo para jamais dar certo…
Medidas progressistas
Uma vez que a sede do governo português situava-se no Rio de Janeiro, foram necessárias algumas medidas – muitas das quais adrede acertadas com a Inglaterra pela “cortesia” da escolta – progressistas para a época, como a Abertura dos Portos às Nações Amigas, decreto Régio de 28 de janeiro de 2008. “Nações Amigas” eram basicamente Portugal e a Inglaterra. Pelo acordo acertado com antecedência, o Brasil seria o principal escoadouro do excedente comercial britânico e a Inglaterra contava com benefícios alfandegários ainda superiores aos dos portugueses. Em pouco tempo os cais brasileiros estavam atulhados de coisa absolutamente inúteis para nosso clima tropical: patins para gelo, aquecedores de colchões e outras bugigangas caríssimas que muitos acabavam empregando em outras finalidades – um viajante da época informa que percebeu uma maçaneta de uma casa modesta modelada a partir de um patim para gelo, por exemplo…
Foi necessário ainda criar um órgão para cunhar a moeda que circularia por aqui: o Banco do Brasil. Como foi criado na base do compadrio e muita corrupção, teve vida efêmera. Em 1820 teve seus cofres saqueados pela Família Real de volta para Portugal, faliu e acabou sendo liquidado em 1829. Somente em 1835, já no governo de D. Pedro II o Banco do Brasil foi recriado.
Hábitos esquisitos
Havia as esquisitíssimas e regulares cerimônias de beija-mão, acima relatadas.
D. João VI era gordo, flácido e devorador voraz de franguinhos que trazia fritos e desossados nos bolsos de seus uniformes sempre sujos e engordurados. Não conseguia caminhar a pé mais de alguns metros sem sentir extrema fadiga e era, na mais completa acepção do termo, um dos homens mais fracos que já governaram esta nação, mas, surpreendentemente, logrou ser o único a enganar Napoleão Bonaparte e realizou um governo medianamente satisfatório.
Uma vez encontrar-se já em situação de separação definitiva de corpos da princesa Carlota Joaquina, o Autor Tobias Monteiro, apontado por Gomes na obra hora em análise, informa que D. João mantinha relações homossexuais “de conveniência”, particularmente com um de seus camareiros, Francisco Rufino de Souza Lobato cuja função primordial era masturbar o príncipe com regularidade, atividade pela qual Rufino foi recompensado regiamente: recebeu títulos, pensões portentosas e promoções sucessivas.
Numerosas salvas de canhão eram ordenadas a cada entrada de navio na Baía de Guanabara. Um estadunidense surpreso comenta o quanto os portugueses gostavam de gastar sua pólvora, a ponto de se ouvir o troar dos canhões à entrada da Baía ao longo de todos os dias.
Sem esgoto sanitário o lixo era invariavelmente jogado às ruas pelas janelas e, não raro, um passante recebia o “batismo” de dejetos humanos. Classes mais abastadas contavam com escravos encarregados de levar seus dejetos acumulados para despejar na Baía de Guanabara. Ficavam conhecidos como “carijós” pois quando o ácido de urina misturada com fezes caía sobre suas costas deixava em suas peles negras algumas manchas brancas.
Imprensa
Enquanto a Europa se encaminhava a passos largos para a ampliação dos Direitos da Pessoa Humana e do Cidadão, o Brasil recebia um dos mais atrasados representantes do Antigo Regime…
Como a oposição ao governo era um crime gravíssimo, o único jornal com alguns eivores críticos que, mais tarde, contudo, precisou ceder ao governo português, era o Correio Braziliense, que Hipólito da Costa editava em Londres.


Legado
Com todas as fraquezas, todo o medo e covardia, além de toda a corrupção que cercou a fuga da Família Real para o Brasil, devemos o princípio de nossa emancipação política (vulgarmente conhecida como “Independência”) a este episódio, a esta travessia de 1808.
Através de brutais repressões e da concentração autocrática o Brasil – ex-colônia portuguesa – manteve sua integridade territorial, lingüística e, em alguns aspectos “cultural”, ao contrário do Império Colonial Espanhol que se fragmentou em dezenas de Nações distintas.
Quando as cortes em Portugal, já livres de Napoleão Bonaparte e de seus “protetores” ingleses exigiram a volta da Família Real para o Continente além do juramento a uma constituição com alguns lustros de republicanismo, D. João VI – já então na posição de Monarca Português após o falecimento de D. Maria I, “a louca” – deixou o Brasil a cargo de seu filho D. Pedro com a recomendação de, em caso de revolta ou tentativas mais autonomizantes que o desejavam as cortes portuguesas, D. Pedro tomasse a coroa “antes que algum aventureiro o fizesse”. Assim, o Brasil simplesmente passou de pai para filho sem grandes azedumes em 1822. Por incrível que pareça – se é que a palavra “incrível” pode se aplicar a alguma situação no Brasil – os únicos problemas armados envolvendo o episódio conhecido como “Independência”, o 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro rompeu com as cortes portuguesas, foram de alguns portugueses e brasileiros nativos que se rebelaram contra a autonomia desejosos de continuar mamando nas tetas de Portugal. Estes foram repelidos, novamente, com a ajuda de mercenários ingleses contratados pois nossa Marinha estava ainda em projeto…
De mais a mais, como Portugal devia 2 milhões de libras esterlinas à Inglaterra, para reconhecer a autoridade de D. Pedro I sobre o Brasil a ex-metrópole exigiu o repasse da dívida para a nova Nação Brasileira, dando o pontapé inicial em nossa interminável dívida externa – que hoje Lula da Silva “internalizou”: em 2008 devemos mais de 1 Trilhão e 400 Bilhões de Reais “internamente” a empresas como o Grupo Santander, o Citibank, a Monsanto – fabricante do desfolhante “Agente Laranja” -, a IBM – fabricante das máquinas gravadoras de números nos braços dos judeus nos campos de concentração nazistas -, a Ford, a Chrysler… Nossa dívida foi deixando de ser considerada “externa” mas avolumou-se de maneira descontrolada e nossos credores “brasileiros” têm suas matrizes bem longe daqui. Como diz na paródia de nosso hino (também conhecido como “ouvirundum ou “nó suíno”): “o sol da liberdade em raios fugidios brilhou em outra pátria muito distante!”
1808 – Laurentino Gomes (A Fuga da Família Real para o Brasil)
416 páginas – Ed. Planeta

Fonte: http://maniadehistoria.wordpress.com/a-fuga-da-familia-real-portuguesa/

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Projeto Educação Patrimonial: atividades realizadas no 3º Bimestre

Continuando a execução Projeto Educação Patrimonial 2012, que neste ano resgata as brincadeiras e os brinquedos de antigamente, no final do 2º Bimestre, introduzimos o assunto aos alunos das turmas de 7º ano da Escola Municipal Bernardo Franco Baís, com pesquisa na internet sobre suas primeiras impressões sobre o tema (http://blogdoprofdouglas.blogspot.com.br/2012/06/projeto-educacao-patrimonial-2012.html).
 

No 3º Bimestre, aprofundamos o assunto em sala de aula, com mais pesquisas sobre a história dos brinquedos e das brincadeiras pesquisados. Encerramos essa fase, em parceria com a Prof.ª Maryelle (Educação Física), com uma aula diferenciada onde os alunos trouxeram brinquedos que se utilizavam antigamente e praticaram várias das brincadeiras pesquisadas, tais como: bolita, cinco-marias, bate-bate, bete, patins, skate, queimado, corda, elástico, entre outros.

 Alunas jogando "cinco-marias", feito artesanalmente por elas.

 Alunos pulando corda.


 Prof. Douglas, mostrando como que se bate corda...
 Aluno jogando "peão".

 Alunos brincando de "cabo-de-guerra".

 Alunas brincando de "elástico".
 
 
 Alunas brincando de "adoleta"
 Prof.ª Cidinha (Orientação Escolar) relembrando um passado "próximo"...
 Jogo de "bete".

Aluna brincando com o "bate-bate", brinquedo recentemente "ressuscitado" pelos vendedores ambulantes...

Para o 4º Bimestre esta programada atividade em parceria com a Prof.ª Saara (Arte) e Prof.ª Franciele (Pré-escola). A atividade consistira em uma oficina de confecção de brinquedos artesanais por ocasião das comemorações do Dia das Crianças.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

9º ano: Guerra Fria


A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

 
A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros países os seus sistemas políticos e econômicos.
A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.

Paz Armada
Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo. 


Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas.
Alguns países membros da OTAN
: Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia, Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Áustria e Grécia.
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia : URSS, Cuba, China, Coréia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Tchecoslováquia e Polônia.


Corrida Espacial
EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.
Caça às Bruxas
Os EUA liderou uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o "american way of life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.
Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos soviéticos.

 
A divisão da Alemanha
Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto, socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos países capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra : URSS, EUA, França e Inglaterra. No final da década de 1940 é levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes : uma capitalista e outra socialista.
"Cortina de Ferro"
Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britânico) fez um famoso discurso nos Estados Unidos, usando a expressão "Cortina de Ferro" para se referir à influência da União Soviética sobre os países socialistas do leste europeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda Guerra Mundial, a URSS tinha se tornado a grande inimiga dos valores ocidentais (democracia e liberdade, principalmente).


Plano Marshall e COMECON
As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.
Envolvimentos Indiretos
Guerra da Coréia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.


Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista. 


Fim da Guerra Fria
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.



 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

7º ano: A África dos grandes reinos e impérios



Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características culturais.
O povo Bérbere
Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como : objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc. 
Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico.
Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente.
Os bantos
Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca.
Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente. 
Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.
O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.



Os soninkés e o Império de Gana

Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga.
Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes).  A região de Gana, tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio.
Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

8º ano: Movimentos operários e as idéias socialistas e anarquistas



Com a aceleração da industrialização, a crescente concentração de capital e a formação de grandes monopólios no século XIX, diversos países europeus (como a Inglaterra, a França e a Alemanha) se destacaram com o fortalecimento de suas economias. A industrialização trouxe consigo a urbanização, as cidades não cheiravam mais a cavalo (decorrente da grande quantidade de charretes que circulavam nas cidades), mas, sim, à fumaça e óleo (com a introdução dos automóveis no final do século XIX). Assim, uma rápida e desorganizada urbanização se acentuou na Europa.
A partir da ascensão do sistema capitalista (industrialização, formação de mercados, bancos, comércios), ocorreu a ascensão de uma nova classe social: os operários, isto é, os trabalhadores das indústrias capitalistas. Consequentemente, surgiram as relações sociais entre donos das fábricas (exploradores) e trabalhadores das fábricas (explorados) que permearam o dia a dia das indústrias.
Dessas relações nem um pouco amistosas entre capitalistas e trabalhadores surgiram na Inglaterra dois movimentos, os ludistas e os cartistas, que tinham um objetivo em comum: encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos operários, principalmente o desemprego (decorrente da introdução nas fábricas de máquinas que substituíram diversas forças de trabalho humana). Tanto ludistas quanto cartistas reivindicavam, através de ações (como a quebra de maquinarias das indústrias), o retorno ao emprego dos trabalhadores desempregados.
Outra forma de reivindicação operária que não surtiu tanto efeito foi a tentativa de alcançar melhores condições de trabalho solicitando-as ao governo. Geralmente o poder público não atendia a essas reivindicações, pois o próprio governo era dono de indústrias.
Com o decorrer das décadas, o capitalismo foi agregando novas feições, a sociedade passou por crescentes transformações e, assim, os operários necessitavam articular novas formas de lutar por suas causas. Dessa maneira, surgiram os movimentos socialistas, a partir da organização dos trabalhadores.
Os principais movimentos socialistas que surgiram no século XIX foram o anarquismo e o comunismo. Segundo as ideias anarquistas, os operários somente iriam melhorar as condições de vida se o Estado e todas as formas de poder fossem extintas. Daí, temos as seguintes observações, tanto o anarquismo quanto o comunismo pautavam suas metas em transformações sociais profundas, não solicitavam somente mudanças nas relações entre patrões e trabalhadores.
Os anarquistas acreditavam que toda forma de exploração dos seres humanos teria um fim a partir do momento em que a sociedade se organizasse sem autoridade, sem gestores, sem escola, sem polícia, ou seja, sem quaisquer outras instituições estatais.
Para os comunistas, a situação de exploração capitalista acabaria somente quando os operários assumissem o poder estatal, ou seja, o controle do Estado. A partir daí, então, criariam novos valores sociais para aumentar a qualidade de vida da sociedade, acabando, dessa maneira, com a exploração capitalista.
O movimento operário se consolidou e se organizou fundamentalmente no século XIX. A luta trabalhadora havia apenas começado.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/movimento-operario-no-seculo-xix.htm

9º ano: 2ª Guerra Mundial





Segunda Guerra  mundial  foi um dos motivos que gerou o surgimento na Europa na década de 1930, governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas,  onde na Alemanha surgiu o nazismo liderado por Hitler, onde queria expandir o território alemão desrespeitando  o Tratado de Versalhes. Tanto a Itália  quanto Alemanha  e Japão possuíam fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas e região, estes três países se uniram a um objetivo  expansionistas e formaram o Eixo, um acordo com fortes características militares e com planos de conquistas  elaborados. O período  de 1939 a 1941 foi marcado por grandes vitórias do Eixo, e em 1941 o  Japão ataca a base militar norte-americana (Havaí), após essa traição pelos norte-americanos, os  Estados Unidos entram no conflito  ao lado das força aliadas,  foi daí que ocorreram as derrotas do Eixo, com grandes perdas sofrida pelos alemães no rigoroso inverno russo de 1941 a 1945 uma regressão das forças do Eixo que sofrem derrotas seguidas, então o Brasil participa diretamente enviado para a Itália (região de Monte Cassino), FEB Força Expedicionária Brasileira com 25 mil soldados brasileiros  que conquistam a região, somando uma importante vitória ao lado dos Aliados.


O conflito terminou somente no ano  de 1945, com a rendição da Alemanha,  Itália e Japão que foi o último país a assinar o tratado de rendição. O Japão ainda sofre um ataque das forças áreas dos Estados Unidos, que despejou bombas atômicas  sobre Hiroshima e Nagazaki,  que provocou a morte de milhares de cidadãos inocentes, o prejuízo foi grande dívidas incalculáveis, e o racismo esteve presente deixado uma ferida grave principalmente na Alemanha  onde nazistas mataram aproximadamente seis milhões de judeus. Com o fim da segunda Guerra  Mundial em 1945 foi criado a ONU (Organização das Nações Unidas) cujo o objetivo principal é manter a paz entre as nações.


8º ano: Movimentos Liberais e Nacionalistas



No começo do século XIX, a ação da Santa Aliança sobre os países se tornou mais forte e intensa,  muitas forças sociais de caráter oposicionista começaram a ir a luta, tudo com base nos ideais do liberalismo e do nacionalismo. De maneira mais prática e direta o liberalismo político se estabeleceu, no final do século XVIII, principalmente na França. Suas convicções eram baseadas na necessidade de um regime constitucional que desse maior segurança a liberdade de pensamento, de imprensa e de maior participação política.


Junto com o liberalismo, espalhava-se também o ideal nacionalista, que no começo tinha uma ideia de que o Estado tinha de ser independente, ou seja, livre de qualquer domínio ou interferência estrangeira. Com o passar do tempo e dos fatos, a população passou a valorizar e levar a sério os ideais nacionalistas. Como consequência este ideal passa a tomar forma de um sentimento que marcou profundamente as populações europeias. Isto fez com que as pessoas começassem a querer lutar pela unificação de seus países, para assim vê-los transformados em nações soberanas.
Claro que nem todos se agradaram dessa nova situação. Afinal a classe dominante viu seu poder ser ameaçado, pois a população passou a acordar para a política de seu país. Com isso o temor real  era o risco de perder o controle político sobre aquela camada social, que por tanto tempo se manteve sujeita a elite. A forte atuação de movimentos nacionalistas resultou em revoltas internas ocorridas com grande intensidade.  Isto gerou em vários Estados como a França, Alemanha e Itália, entre outros, um período de conflitos armados.


A Alemanha, em meados do século XIX, encontrava-se politicamente dividida em vários  reinos que faziam parte da chamada Confederação Germânica. Nesta Confederação havia dois estados que estavam em permanente disputa política pela conquista da supremacia sobre todos os outros: Prússia e Áustria. Esta  forte disputa entre estes dois reinos fez com que o processo de unificação alemã fosse palco de vários e intensos conflitos armados por todo o território da Confederação. O reino da Prússia tinha nas mãos um grande poder econômico, que obtido através da  industrialização. Na sociedade Prussiana predominava a aristocracia, eles eram de ideais monarquistas e nacionalistas.
Sua estratégia era baseada na força armada. Seu principal representante  foi Otto Von Bismarck.  Esta  conquista pelo poder era tão importante, que Bismarck  usou um  recurso muito sutil: implantou, na Confederação, uma imagem  bem negativa da Áustria, fato este que serviu para alimentar a raiva dos ducados que pertenciam aquele país, isto serviu para iniciar a Guerra Austro  Prussiana ocorrida em 1866. Com a Derrota, a Áustria foi excluída da Confederação Germânica e perdeu seus territórios. Os estados, que haviam ficado independentes, passaram a formar uma outra  organização: a Confederação da Alemanha do Norte. Mas nem todos os estados fizeram parte dessa Confederação. Somente com a Guerra Franco-Prussiana (França e Prússia) é que os estados restantes aderiram a confederação. Como a França foi derrotada seus territórios passaram a pertencer a Alemanha, que era governada por Guilherme I (Imperador Germânico), este fato tornou completa a unificação alemã.

 
No começo do século XIX, a Itália era constituída apenas por 8 estados. Estes estavam sob o controle direto ou indiretamente da Áustria. Em meados do século XX, a mentalidade da população Italiana passa por uma série de mudanças, isto devido as constantes lutas pela emancipação dos Estados.
Economicamente, a Itália do século XIX  tinha sua base  na agricultura e em pequenas manufaturas, o que tornava difícil o investimento de capital nas pequenas industrias. O mercado externo era de difícil acesso, por causa das elevadas taxas alfandegárias, impostas pelos países europeus dominantes. Para este mercado só foi possível o acesso  após a penetração dos Lombardo que entraram com o comércio da seda indiana, japonesa e chinesa. Aos poucos, os Lombardo passaram a ter dificuldades devido as barreiras impostas pelos austríacos em suas transações comerciais. Isto serviu de base para que houvesse maior  interesse pela unificação, pois com ela certamente viria o progresso técnico, o desenvolvimento e a liberdade econômica. esta situação favorecia os grandes comerciantes, porque isto aumentariam seus lucros com o comercio de exportação.
Algo influenciou a sociedade a aderir aos princípios do nacionalismo, foram os livros e revistas, que propagaram estes ideais na mente da população. Pois antes só a elite tinha acesso aos livros, mas depois com o aumento da popularização dos livros e revistas, a mente do povo passa a sofrer as influências culturais. Muitas das ideias eram publicadas em livros e revistas, onde grupos de ativistas republicanos mostravam os princípios do nacionalismo, facilitando assim sua propagação ela Itália. O objetivo era resgatar o passado nacional, coloca-lo em evidência ao maior número de pessoas, para que estas passem a ter mais consciência de sua história.
Após 1848, muitas regiões da Península Itálica passaram por períodos de revoltas. Todas elas tiveram relativo êxito, mas logo eram restabelecidos as dependências em relação a Áustria. Na Sicília, houve uma nova constituição, a luta contra o absolutismo que se propagou pela península.  Veneza e Gênova,  cidades que tinham interesse comercial na unificação italiana foram as que deram o exemplo em revoltas contra o domínio austríaco, isto serviu de  influência em várias regiões inclusive em Piemonte e na Sardenha, pois logo elas passaram aderir ao movimento de insurreição. Mazzini aproveitou-se deste momento e proclamou a Republica da Toscana, este evento atingiu  a cidade de Roma, mas lá ele  encontrou a resistência do Papa Pio IX. A medida que os fatos ocorriam o movimento de insurreição tomava formas novas e diferentes. O radicalismo popular começou a assustar a burguesia italiana, que resolveu “retirar seu apoio aos lideres populares”.
Internamente a Itália começou a conviver com dois grupos diferentes e totalmente opostos em seus objetivos, isto acabou por enfraquecer o movimento. Assim, no ano de 1849,com esses problemas internos foi fácil para a Áustria conseguir retomar suas antigas regiões. Além de Cavour, outro grande líder da unificação italiana foi Giuseppe Garibaldi. O movimento iniciou-se ao Sul da Itália, com o grupo de Guerrilheiros chamados Camisas Vermelhas. Somente após a guerra Austro-Prussiana (1866), em que a Áustria é derrotada, que é que Veneza passou a ser incorporada ao território da Itália. No conflito seguinte, entre a França e a Prússia, a cidade de Roma passou para os domínios dos Savóia.
O Papa Pio IX negou-se a reconhecer a autoridade do monarca e não aceitou as propostas de entendimento nem as garantias de independência do poder clerical. Esse desentendimento ficou conhecido como Questão Romana, que só conseguiu ser resolvida em 1929, através do Tratado de Latrão. Os problemas da Itália não foram totalmente resolvidos após a unificação. No  norte e no Sul ainda eram  enorme as diferenças em suas relações sociais, econômicas e até mesmo culturais. Uma região passou a ser mais desenvolvida do que a outra.