Outubro na História
Lívia Lombardo e Claudia de Castro Lima
1492
Às 2 da madrugada, o marinheiro-vigia da nau La Pinta, uma das três da expedição do genovês Cristóvão Colombo, avista a terra firme da atual ilha de San Salvador. Trata-se do descobrimento da América. A viagem, que havia começado dois meses antes na Espanha, tinha como objetivo circunavegar a Terra para chegar às Índias. Até sua morte, em 1506, Colombo acreditou que as havia atingido. Apesar do erro de cálculo, a descoberta marcou a soberania da Europa no oceano Atlântico, impulsionando outras expedições, como as de Américo Vespúcio, que em 1502 se deu conta de que as terras descobertas por Colombo eram na verdade outro continente.
Dia 12, nas Bahamas
54
O imperador romano Cláudio é envenenado com cogumelos por sua esposa e sobrinha Agripina, a Jovem. Líder de Roma após o assassinato de seu sobrinho Calígula, no ano 41, ele expandiu o território romano sobre a atual Inglaterra. Antes de morrer, nomeu o enteado Nero como sucessor.
Dia 13, em Roma
732
Carlos Martel, rei dos francos, vence os muçulmanos na batalha de Poitiers. A vitória freia a expansão do islamismo na Europa, deixando o território livre para a consolidação do cristianismo.
Dia 25, em Poitiers, França
1582
O papa Gregório XIII impõe o chamado calendário gregoriano, usado até hoje, em substituição ao calendário juliano, estabelecido por Júlio César.
Dia 5, em Roma
1889
O cabaré Moulin Rouge abre suas portas pela primeira vez. Com espelhos por toda a parte e atraindo diversas classes e tipos sociais, foi palco da criação do can-can, dança típica das prostitutas parisienses.
Dia 6, em Paris
1977
O presidente Ernesto Geisel exonera o ministro do Exército, o general de linha dura Sylvio Frota, considerado na época um dos seus prováveis sucessores. A ato de Geisel derrubou as articulações dos militares mais conservadores, por isso é tido como um dos marcos do fim da ditadura militar no Brasil.
Dia 12, em Brasília
1992
Policiais da Rota, grupo de elite da polícia militar de São Paulo, invadem a Casa de Detenção de São Paulo, no bairro Carandiru, e matam 111 presos no pavilhão 9 do presídio. O episódio ficou conhecido em todo o mundo como o Massacre do Carandiru.
Dia 2, em São Paulo
Eu me lembro
"Eu era senador na época e já sabia que havia um enfrentamento entre Geisel e Sylvio Frota. Lembro que a sensação era a de que estávamos em uma encruzilhada e haveria uma cartada decisiva. Se o presidente admitisse ser submetido às pressões de Frota, o prosseguimento do processo de abertura seria impossível. Foi um momento de grande coragem de Geisel. Lembro que tive uma sensação de alívio quando soube que a decisão estava tomada. Significava que o processo de abertura iria continuar e que teríamos democracia."
José Sarney, presidente do Senado Federal
"Era o dia do meu aniversário de 21 anos. Me lembro que não tinha nenhum preso armado, mas a polícia invadiu o pavilhão 9 disparando tiros para todos os lados e soltando cachorros. Vi vários colegas sendo mortos, alguns destroçados pelos cães. Os policiais faziam corredor polonês e davam tapas em todo mundo. Tive que me jogar no meio dos cadáveres dos meus conhecidos e me fingir de morto para sobreviver. Agüentei até mordida de cachorro na cabeça. Ainda hoje guardo as cicatrizes."
André Du Rap, autor de Sobrevivente (Labortexto)
Fonte: Revista Aventuras na História
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/outubro-historia-433823.shtml
